O Rei Ninguém surgiu de uma inquietação sobre a imagem do indivíduo hiper valorizado dentro de uma sociedade contemporânea onde idols, influencers, políticos e figuras famosas do meio midiático surgem como estandartes de valor ou virtude que usamos como referência na hora de pensarmos nossos próprios modos de vida. Passam a habitar um lugar de prestígio entre seus seguidores ou adeptos de seus ideais, como se a sua individualidade fosse de um valor superior, livre dos defeitos que reconhecemos em nós mesmos e que nos coloca na posição de imperfeitos perante a imagem que está sendo vendida pelo outro. Se não houvesse a propagação de sua imagem, quem estes exemplos seriam? Diluídos em uma multidão de seres humanos, quem estes exemplos se tornam? Então, se a figura de alguém pode ser valorizada pela exposição de sua figura e de seus ideais através de telas, poderia o mesmo acontecer a um ninguém a quem nada 
 conhecemos? Este trabalho convida a pensar não só sobre o outro, mas também sobre o eu. Sua roupa é feita a partir de objetos considerados ordinários (arames, borracha, fita crepe, sacos de lixo e coisas quebradas) para reciclar-se a partir do descartável, assim como a própria visão que tendemos a criar em certos momentos sobre nós mesmos. Ele é a cristalização de um ensaio sobre aquilo que não valorizamos em nossas individualidades, buscando mostrar que não só pelo luxo somos validados, mas que também podemos transmutar e transcender ao reavaliar aquilo que em nós consideramos lixo.
Ficha Técnica
Criação e Edição: Matheus Fiaux
Filmagem: Lua Clara
Exposição Presenças Plurais, 2019

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